Last Updated on July 25, 2025 by Anne Lira
Desenvolver temperança é aprender a agir com equilíbrio mesmo em meio ao caos da rotina. A mulher cristã cultiva essa virtude quando aprende a equilibrar razão, vontade e coração nas suas escolhas cotidianas: seja nas palavras com o marido, nas correções com os filhos ou no cuidado da casa.
Desenvolver temperança é um desafio e, ao mesmo tempo, uma necessidade no coração da mulher que cuida, serve, ensina e ama todos os dias.
Em meio às exigências da rotina, aos imprevistos da casa, às emoções à flor da pele e ao desejo sincero de fazer o bem, é fácil se perder nos extremos — ora no excesso, ora no desleixo.
A temperança é o caminho do meio: uma virtude que nos ajuda a viver com equilíbrio, domínio próprio e serenidade. E mais do que isso, ela nos liberta da escravidão dos impulsos, guiando nossas palavras, decisões e sentimentos por um caminho de paz e sentido.
Neste artigo, vamos refletir juntas — com profundidade e leveza — sobre como desenvolver a temperança no dia a dia feminino, com exemplos práticos da vida no lar, no casamento e na maternidade.
Que este conteúdo te inspire a dar passos firmes rumo a uma vida mais ordenada, generosa e livre.
O que é temperança e por que ela é uma virtude tão importante?
Temperança é a virtude que nos ajuda a viver com equilíbrio, domínio próprio e moderação diante dos prazeres, desejos e impulsos do dia a dia.
Para mulheres, esposas, mães e donas de casa, a temperança é essencial porque nos ajuda a manter a calma nas emoções, focar no que importa e servir com equilíbrio, sem excessos nem desleixo.
A temperança nos dá força interior para sermos constantes no bem, firmes com ternura, e presentes com leveza — no casamento, na maternidade e no cuidado com o lar. É uma graça que transforma a rotina em um caminho de amor ordenado.
Escrevi um artigo onde explico com mais profundidade a definição de temperança segundo a bíblia. Recomendo fortemente a leitura, pois este artigo corresponde à base dos nossos estudos sobre esta virtude.
Acesse aqui o artigo:
Viver com Temperança não é reprimir sentimentos mas dominar os impulsos
É um erro pensar que viver com temperança significa reprimir sentimentos ou sufocar desejos. Mas a verdade é exatamente o oposto: a temperança não nos censura— ela nos liberta.
Há dias em que tudo parece demais: o cansaço, o choro dos filhos, a pilha de louça, o silêncio do marido, a comparação silenciosa com outras mulheres. Diante disso, sentimos raiva, tristeza, impaciência, frustração. E está tudo bem sentir.
A temperança não exige que você finja que está tudo bem. Ela não abafa sentimentos — ela os ordena.
Enquanto reprimir é empurrar para baixo, ignorar ou esconder, dominar os impulsos é olhar para dentro com honestidade, reconhecer o que se passa e escolher o que fazer com isso.
É aí que está a força da mulher temperante: ela não é refém dos próprios sentimentos, mas também não os rejeita.
Ela os acolhe, mas não se deixa arrastar por eles.
Na prática, isso pode significar:
- Respirar fundo antes de responder com rispidez.
- Silenciar por amor, mesmo com vontade de ter a última palavra.
- Chorar sozinha no banheiro, sim, mas depois enxugar as lágrimas e continuar com coragem.
- Reconhecer o desejo de desistir, mas lembrar-se do “porquê” e seguir adiante com fé.
A temperança nos ensina que sentir não é errado, mas ser dominada pelos sentimentos nos rouba a paz.
Ter Temperança é viver com liberdade não sendo escrava dos prazeres e impulsos
A mulher que não cultiva a temperança corre um risco silencioso: tornar-se escrava das próprias paixões.
Mas o que são essas “paixões”?
Na linguagem clássica da moral cristã, paixões são os movimentos espontâneos da alma diante do que percebemos como bom ou mau.
Elas são reações naturais que temos: amor, ódio, desejo, medo, alegria, tristeza, ira.
As paixões não são más em si mesmas — elas foram colocadas por Deus em nós e têm um papel precioso. O problema surge quando elas deixam de ser passageiras e se tornam tiranas:
Quando o desejo domina a razão.
Quando o medo paralisa a vontade.
Quando a tristeza afoga a esperança.
Quando a raiva dita as palavras.
Quando a vontade de prazer supera o dever.
É aqui que entramos na escravidão interior. A mulher passa a ser movida por impulsos, e não por escolhas. Ela deixa de governar a si mesma.
As paixões não são más em si mesma
Primeiro vamos entender a diferença entre paixões, sentimentos e apetites:
- Paixões: reações mais intensas e espontâneas da alma (ex: ira, medo, desejo, amor).
- Sentimentos: mais suaves e duradouros, envolvem nossa sensibilidade afetiva (ex: carinho, empatia, tristeza, paz).
- Apetites: são desejos mais ligados ao corpo e aos sentidos (ex: fome, sono, prazer físico, desejo de conforto).
Todos esses movimentos fazem parte de quem somos. Não são pecaminosos em si, mas precisam de direção. E quem dá essa direção é a temperança — por meio da razão, da vontade e do coração bem ordenado.
Exemplos da vida real:
- A mãe que grita com o filho pequeno porque está frustrada e cansada — e depois se culpa por isso.
- A esposa que guarda mágoas e alimenta o ressentimento silencioso porque sente que nunca é ouvida.
- A dona de casa que se refugia nas redes sociais por horas, fugindo do caos da casa, mas se sente vazia depois.
- A mulher que come por ansiedade ou compra por carência emocional.
Em todos esses casos, há paixões legítimas: frustração, solidão, tristeza, desejo de descanso. Mas sem a temperança, essas paixões nos conduzem ao exagero, à fuga ou à culpa.
A escrava das paixões é aquela que faz o que sente, não o que escolhe.
A mulher temperante, ao contrário:
Ela sente, mas decide.
Ela sofre, mas persevera.
Ela se irrita, mas não fere.
Ela deseja, mas espera.
Ela tem vontade de desistir, mas ama — e por isso continua.
A temperança nos convida a assumir o controle gentil de nós mesmas, colocando cada paixão em seu lugar: como o combustível, não como o volante.
Como desenvolver temperança no cotidiano da esposa, mãe e dona de casa
Para cultivar a virtude da temperança, é preciso cuidar de três pilares fundamentais: razão, vontade e coração.
Essas três potências da alma trabalham juntas para que você possa viver com equilíbrio, domínio próprio e liberdade interior.
- A razão é quem ilumina e mostra o caminho certo. Ela é como uma lâmpada que aponta o que é bom, justo e necessário.
- A vontade é o motor que põe o bem em prática, mesmo quando não se sente vontade alguma.
- E o coração, fonte das paixões, é o que dá cor, ânimo e sentido às nossas ações.
Sem esses três trabalhando em harmonia, caímos facilmente nos extremos: excesso ou omissão, rigidez ou moleza, entrega cega aos impulsos ou repressão sufocante.
👉 Se você ainda não leu, recomendo a leitura do artigo completo sobre o significado bíblico da temperança, lá você alcançará uma visão mais aprofundada, essencial para complementar seus estudos sobre a temperança.
O papel da razão: a luz que guia nossas decisões
A Bíblia ensina que a sabedoria começa no temor do Senhor (Provérbios 1:7) e que o fruto do Espírito é também domínio próprio (Gálatas 5:22-23). Vamos nos aprofundar nessas duas passagens da bíblia.
O temor do Senhor é o princípio da sabedoria.
🕊️ Provérbios 1:7
Esse versículo nos ensina que a verdadeira sabedoria começa quando colocamos Deus no centro da nossa vida. “Temor do Senhor” aqui não significa medo, mas uma reverência amorosa, um respeito profundo por Deus e por Sua vontade.
Como isso se conecta com a temperança?
Quando tememos o Senhor, queremos viver de maneira que O agrade. Isso nos ajuda a usar a razão de forma clara, escolhendo o bem e evitando os excessos — mesmo que tenhamos vontade de agir diferente.
Mas o fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e domínio próprio. 🌿 Gálatas 5:22-23
Esse trecho mostra o que acontece quando vivemos guiadas pelo Espírito Santo: os frutos aparecem em nós, entre eles o domínio próprio, que é o coração da virtude da temperança.
Isso significa que a temperança não é só esforço humano, mas um fruto da graça de Deus. Sim, nós precisamos nos esforçar — mas é o Espírito que dá força interior para resistirmos aos impulsos e escolhermos com equilíbrio.
A mulher temperante escuta sua razão antes de agir — e quando ela não consegue fazer isso no calor do momento, aprende a pausar, respirar e esperar o tempo certo.
No próximo trecho, vamos falar sobre o segundo pilar: a vontade — como desenvolver a força interior para fazer o bem que a razão indica, mesmo quando não temos ânimo ou vontade.
A força da vontade: Fazer o bem mesmo sem “vontade”
A razão aponta o caminho, mas é a vontade que dá o passo. Saber o que é certo não basta — quantas vezes já ouvimos essa verdade, e mesmo assim tropeçamos?
São Paulo expressa com profundidade esse conflito interior:
Pois não faço o bem que quero, mas o mal que não quero, esse faço.
(Romanos 7:19)
Quantas de nós já experimentamos isso ao final de um dia difícil? Sabíamos o que devíamos fazer — falar com paciência, rezar com os filhos, controlar o tom de voz, não perder tempo nas redes — e mesmo assim… não fizemos.
Por que isso acontece?
Porque, muitas vezes, a vontade está fraca. Ela precisa ser fortalecida, treinada e firmada como um músculo da alma.
A vontade: o que é e como fortalecê-la
A vontade é a capacidade que temos de escolher o bem, mesmo quando estamos sem ânimo ou quando os sentimentos puxam para o lado contrário.
Ela é uma força ativa que precisa ser educada, assim como educamos nossos filhos. E como se fortalece a vontade?
- Com decisões conscientes, mesmo em pequenas coisas.
- Com repetições constantes, que geram hábito.
- Com humildade e graça, porque sem Deus nossa vontade tende a ser fraca e inconstante.
Fortalecer a vontade não significa virar uma mulher de ferro, mas sim uma mulher fiel ao que sabe que é certo, mesmo que tropece às vezes.
Escrevi um artigo onde explico o que é a virtude da vontade e como podemos crescer nela.
Se você sente que sabe o que precisa ser feito, mas falta aquela força para começar (ou perseverar), esse texto é para você.
Recomendo fortemente a leitura!
Acesse aqui: Como ter força de vontade para fazer as coisas que preciso fazer?
Viver o certo mesmo no cansaço, na frustração e na rotina repetitiva
Uma dona de casa com vontade firme não depende da motivação para agir. Ela faz porque sabe que aquilo é o melhor, mesmo quando está cansada, frustrada ou em uma rotina sem grandes emoções.
- Quando você levanta da cama no horário, mesmo querendo dormir mais: vontade firme.
- Quando você decide não responder com rispidez, mesmo estando nervosa: vontade firme.
- Quando você termina o que começou, mesmo sem vontade: vontade firme.
A mulher que tem a vontade educada não vive à mercê do humor, do clima ou da disposição do momento. Ela se move pelo que é certo, e isso a faz crescer em liberdade e paz.
Você sente que vive à mercê do cansaço, do humor ou da falta de ânimo?
Então esse texto é para você.
Neste artigo, compartilho como fortalecer a vontade e viver com mais firmeza, liberdade e paz — mesmo na rotina corrida de esposa, mãe e dona de casa.
💛 Você pode ler aqui: Como fortalecer a sua vontade para fazer as coisas que você precisa fazer?
Agora que vimos o papel da razão e da vontade, vamos ao terceiro pilar: o coração — o lugar onde nascem os afetos, os impulsos e os desejos que tanto podem nos atrapalhar… quanto nos impulsionar ao bem.
O coração: O papel das paixões bem ordenadas
A razão indica o caminho, a vontade dá o passo, mas é o coração que dá sentido a esse caminhar.
É no coração que se encontram os afetos, os desejos, as emoções e paixões. E embora muitas vezes nos digam para “não sentir”, a verdade é que Deus nos criou com um coração sensível — e Ele deseja habitar nele.
Fazer com amor: a diferença entre sacrifício vazio e oferta alegre
Quantas vezes fazemos algo “certo”, mas com o coração murmurando por dentro?
— Levantamos cedo, mas reclamando.
— Cuidamos dos filhos, mas impacientes.
— Servimos no lar, mas esperando reconhecimento.
A temperança convida a um passo além: oferecer com amor. A diferença entre um sacrifício pesado e uma oferta leve não está na tarefa em si — mas na disposição do coração.
“Deus ama quem dá com alegria.”
(2 Coríntios 9:7)
Quando o coração está envolvido, a vontade se fortalece e a tarefa se ilumina. Não é sobre “sentir prazer” sempre, mas agir por amor ao bem, ao outro e a Deus.
Veja como o afeto bem direcionado muda tudo:
- A mãe que amamenta de madrugada não o faz por prazer, mas por amor.
- A esposa que perdoa mesmo sem ouvir um “me desculpe”, o faz por fidelidade ao amor.
- A dona de casa que prepara o almoço com carinho, mesmo que simples, transforma a refeição num momento de acolhimento e cuidado.
Nesses gestos, o coração bem orientado não domina a ação — mas impulsiona com beleza e sentido.
As paixões não são más em si: são forças a serem bem conduzidas
Já falamos sobre isso, mas acho importante destacar novamente o assunto.
Segundo a doutrina cristã e autores como Francisco Faus, as paixões (amor, desejo, alegria, tristeza, ira, medo) não são boas nem más por si mesmas. Elas são como rios: podem irrigar e gerar vida — ou destruir, se transbordarem.
A chave está na direção que damos a essas paixões. Quando a razão e a vontade guiam o coração, os afetos se tornam aliados na vivência do bem:
- A alegria pode motivar um gesto generoso.
- A tristeza pode levar à compaixão.
- A ira, quando justa, pode mover uma correção amorosa.
O segredo está no equilíbrio. E a temperança é quem traz essa harmonia entre o que sentimos, o que sabemos e o que escolhemos fazer.
Em resumo: como agir com temperança
Para que a temperança floresça no coração da mulher cristã — esposa, mãe e dona de casa — é preciso cultivar essa harmonia interior:
- A razão nos mostra o que é bom.
- A vontade nos leva a agir conforme o bem.
- O coração, quando bem direcionado, dá alegria e entusiasmo para perseverar.
Como ser uma mulher temperante: exemplos práticos do cotidiano feminino
A virtude da temperança se fortalece quando desce do ideal para a prática. Para nós, mulheres, esposas, mães e donas de casa, ela se revela nos detalhes do cotidiano: na maneira como falamos, decidimos, educamos, cuidamos e reagimos.
Viver com equilíbrio, domínio próprio e serenidade é possível — e profundamente transformador — quando cultivamos a temperança nas situações concretas da nossa vocação.
Temperança no casamento: moderação nas palavras, gestos e reações
No casamento, a temperança se manifesta em cada escolha de como nos expressamos diante do outro.
Isso inclui tanto o que falamos quanto o tom com que falamos, os olhares, os silêncios, os gestos e até mesmo as reações não verbais.
A convivência diária com o esposo nos oferece muitas oportunidades para exercitar essa virtude:
- Quando escolhemos calar em vez de retrucar no calor de um desentendimento;
- Quando decidimos esperar a hora certa para conversar sobre algo importante;
- Quando moderamos o impulso de corrigir, reclamar ou revidar de forma imediata.
A mulher temperante não sufoca seus sentimentos, mas aprende a expressá-los com sabedoria. Ela não reprime, mas domina.
Com a graça de Deus, ela se torna aquela que edifica sua casa com palavras que curam, com gestos que acolhem e com reações que pacificam — mesmo quando as emoções estão à flor da pele.
A temperança no matrimônio nos ensina que nem toda irritação precisa virar briga, nem toda frustração precisa ser verbalizada no momento em que é sentida, e nem todo silêncio é indiferença — às vezes é prudência.
Quando nos deixamos guiar pela razão e movidas pelo amor, nossas palavras constroem pontes e nossas reações promovem reconciliação. Essa é a beleza da temperança vivida na vida a dois.
Temperança na maternidade: equilíbrio entre firmeza e ternura
Ser mãe é um constante exercício de entrega, correção, carinho e limites. E é justamente nesse vai e vem entre firmeza e doçura que a virtude da temperança nos sustenta.
A mãe temperante não grita por qualquer coisa, mas também não permite tudo em nome da “paz”.
Ela corrige sem humilhar, acolhe sem ser permissiva, diz “não” quando necessário e “sim” com generosidade.
Esse equilíbrio é especialmente desafiador nos dias longos e cansativos — quando a criança faz birra, não obedece ou exige mais do que podemos dar naquele momento.
Nesses instantes, a temperança nos ajuda a parar, respirar, escutar com empatia e corrigir com clareza.
Exemplos de temperança na maternidade:
- Respirar antes de corrigir, evitando agir movida pela raiva;
- Corrigir de maneira consistente, sem exageros emocionais ou promessas vazias;
- Repetir pacientemente a mesma instrução, entendendo que aprender exige tempo e constância;
- Estabelecer limites com carinho, ajudando o filho a se sentir amado mesmo quando é contrariado.
A temperança materna é essa sabedoria interior que dosa o tom de voz, o tempo da fala, o momento certo de agir.
É um dom de Deus que nos permite sermos firmes como colunas e suaves como brisa, tudo ao mesmo tempo.
Temperança no lar: moderação entre a correria e o desleixo
O cuidado da casa é um reflexo visível da entrega cotidiana de uma mulher.
Mas também é um dos lugares onde o desequilíbrio mais facilmente se instala — seja pela correria desenfreada que leva ao cansaço constante, seja pelo desleixo que aos poucos apaga o brilho do cuidado.
A temperança é o freio que modera ambos os extremos: ela impede que a busca por uma casa “perfeita” roube nossa paz e também nos fortalece para não cairmos no desânimo diante da rotina repetitiva.
A mulher temperante compreende que a casa não é um campo de performance, mas um espaço de serviço e amor.
Ela não se prende à ideia de fazer tudo, mas faz o necessário com presença e intenção.
Exemplos práticos de temperança no cuidado do lar:
- Recusar a comparação com casas das redes sociais e cultivar a própria rotina com simplicidade;
- Reservar momentos de descanso sem culpa, sabendo que uma casa bem cuidada também precisa de uma dona de casa serena;
- Estabelecer prioridades realistas e deixar de lado o que for supérfluo naquele momento da vida;
- Evitar o perfeccionismo que gera irritação e o abandono que gera culpa — buscando a medida justa.
A temperança no lar é o que nos permite trabalhar com leveza, descansar com consciência e viver cada tarefa como uma oferta silenciosa a Deus.
Nem correria, nem desleixo — mas um ritmo que favoreça a paz, a presença e a alegria de servir.
Como cultivar a temperança com práticas espirituais
A temperança é uma virtude profundamente espiritual. Ela nasce no coração, se fortalece na alma e se expressa em atitudes visíveis no cotidiano.
Por isso, não basta apenas esforço humano para cultivá-la — é necessário alimentar o espírito.
As práticas espirituais nos colocam diante de Deus, onde somos moldadas, transformadas e fortalecidas. É nesse lugar de intimidade que razão, vontade e coração se ordenam, e a temperança ganha raízes mais profundas.
1. Oração: fonte de força interior
Cultivar a temperança começa com reconhecer que sozinhas não damos conta. A oração nos coloca diante de Deus como filhas que precisam da graça para dominar os impulsos, ordenar os afetos e agir com equilíbrio no dia a dia.
É na intimidade da oração — mesmo que breve, no meio da rotina — que o coração se aquieta e a alma se fortalece. A mãe que ora antes de corrigir o filho, a esposa que busca a Deus antes de responder com impaciência, a dona de casa que clama por sabedoria no meio do cansaço… essas pequenas preces cotidianas moldam o nosso interior.
Orar é confiar que o Espírito Santo pode agir em nós, tornando firme a vontade, lúcida a razão e sereno o coração.
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2. Exame de consciência: reconhecer e ajustar o rumo
O exame de consciência é como segurar um espelho diante da alma.
Ele nos ajuda a perceber onde estamos agindo com exagero, onde estamos cedendo aos impulsos ou deixando de fazer o que é certo por fraqueza da vontade.
Para nós, mulheres com tantas demandas e emoções à flor da pele, esse exercício diário (pode ser à noite, em silêncio ou durante uma prece breve) nos ensina a identificar padrões de reações, falas impensadas, momentos de descontrole e também pequenas vitórias que merecem ser valorizadas.
Esse hábito nos educa a viver com mais atenção interior e prepara o terreno para crescer em equilíbrio.
Podemos nos perguntar:
- Em que momentos perdi o domínio de mim mesma?
- O que me levou a reagir com exagero ou apatia?
- Onde fui temperante e posso agradecer?
3. Jejum: fortalecer o domínio próprio na prática
O jejum é uma escola concreta de temperança. Ao escolher voluntariamente renunciar a algo lícito (um alimento, um prazer, um tempo de distração), treinamos o nosso interior a dizer “não” com liberdade.
E isso não se aplica apenas à comida.
Para muitas de nós, jejuar pode significar ficar um tempo sem celular, sem reclamações, sem gula emocional ou sem compras impulsivas.
É um exercício que fortalece a vontade, reordena os desejos e ensina que não precisamos ceder a tudo que sentimos.
O jejum feito com fé e amor é um ato de liberdade interior — e uma arma espiritual poderosa.
4. Meditação bíblica: iluminar a mente com a verdade
A Palavra de Deus é lâmpada para os nossos pés (Salmo 119:105). Meditar diariamente um trecho da Escritura é deixar que a verdade de Deus molde a nossa razão e transforme o coração.
Quando lemos os Evangelhos, os Provérbios ou as Cartas de São Paulo com atenção e abertura, somos confrontadas, consoladas e instruídas.
A mulher que se alimenta da Palavra vai sendo pouco a pouco transformada: aprende a dominar a língua, a ordenar os desejos, a servir com alegria e a reagir com mansidão.
É na luz da Palavra que compreendemos o valor da temperança e somos motivadas a vivê-la com fidelidade no cotidiano.
✨ Dica prática:
Escolha um versículo sobre domínio próprio e repita-o durante o dia, principalmente nos momentos de tentação ou irritação.
Ex:
“Melhor é o homem paciente do que o guerreiro, mais vale controlar o seu espírito do que conquistar uma cidade.” (Provérbios 16:32)
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Conclusão
A temperança é mais do que um esforço de autocontrole — é um caminho de liberdade interior que transforma a nossa maneira de viver, amar e servir.
Quando cultivamos essa virtude, tornamo-nos mais serenas, mais disponíveis e mais fiéis à nossa vocação como esposas, mães e cuidadoras do lar..
Cultivar a temperança não nos torna frias ou distantes, mas nos torna mais livres. Livres para amar sem exageros, servir sem se perder, descansar sem culpa e viver cada dia com mais ordem e clareza interior.
Em meio ao barulho da vida moderna, à correria da rotina e aos tantos sentimentos que nos atravessam, a temperança nos convida a parar, respirar e escolher o que realmente edifica.
É uma virtude que se fortalece no silêncio da oração, nas escolhas escondidas e nos gestos simples do dia a dia.
Quando uma mulher caminha nessa direção, o lar se transforma:
- Fica mais leve, porque não é mais regido por impulsos;
- Fica mais ordenado, porque cada coisa ganha seu lugar e tempo;
- Fica mais vivo, porque brota dele uma alma em paz.
🌿 Três aprendizados para levar consigo:
- A temperança não é repressão, mas liberdade interior: ela nos ajuda a dominar os impulsos e viver guiadas pela razão, vontade e coração.
- Razão, vontade e coração precisam caminhar juntos: discernir o bem, escolher o bem e amar o bem — esse é o caminho para a virtude.
- Práticas espirituais são o alimento da temperança: oração, jejum, exame de consciência e meditação bíblica nos ajudam a crescer de forma concreta.
🌷 Que o Espírito Santo nos ajude a viver com mais equilíbrio, paz e alegria no servir. E que a temperança seja, cada vez mais, uma marca da nossa maternidade, casamento e missão no lar.
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